O herói nacional da Lusitânia, Viriato
Viriato é um herói nacional lusitano. No seu tempo foi um dos mais destacados líderes da resistência lusitana em guerra contra exércitos mercenários ao serviço de impérios e potências estrangeiras, principalmente contra Roma e os romanos, antepassados da actual elite dirigente portuguesa. Viriato terá sido escolhido pelos chefes das comunidades tribais, pequenas repúblicas e principados que formavam a antiga Confederação dos Povos da Lusitânia para encabeçar a luta do povo nativo lusitano pela liberdade e a da Lusitânia pela independência. Viriato terá sido também o primeiro grande Iberista a lutar pela unificação dos povos de toda a Ibéria livre dos seus reis, caciques e estados opressores. Viriatus não foi o único líder nacional ou herói lusitano, muitos outros a Lusitânia livre teve, como Punicus, Caesarus, Caucenos, Curius, Apuleius, Connoba e Tantalus, entre muitos outros homens e mulheres anónimas que lutaram de armas na mão contra exércitos mercenários invasores.
Pouco se conhece sobre a vida de Viriato. Não se sabe a data nem o local exacto onde nasceu (não há provas documentais históricas, nós baseamo-nos na tradição local) e a única referência à localização da sua tribo nativa foi feita pelo historiador grego Diodoro da Sicília que afirma que ele era das tribos Lusitanas que habitavam do lado do oceano. Viriato era, segundo a teoria avançada por Schulten, oriundo dos altos Montes Hermínios, actual Serra da Estrela (perto do lado do oceano, portanto), embora nenhum autor da antiguidade o tenha mencionado.
Entre muitos outros escritores, autores e historiadores greco-romanos, Tito Lívio por exemplo, descreve-o como um pastor que se tornou caçador e depois soldado, dessa forma teria seguido o percurso da maioria dos jovens guerreiros, a iuventos (juventus), que se dedicavam a fazer incursões fora da Lusitânia nas terras, nações e comunidades mais ricas do sul da Ibéria para capturar gado, saquear as colheitas das comunidades agrárias do sul da Ibéria e também dedicavam-se à caça e à guerra, como povo guerreiro e montanhês que eram nossos antepassados directos lusitanos.
Na tradição romana os antepassados mais ilustres eram pastores, e Viriato é comparado àquele que teria sido o pastor mais ilustre que se tornou no rei de Roma, Rómulo (na verdade os irmãos Rómulo e Remo alimentados pela loba, história roubada da tradição etrusca vinda da Ásia Menor, teriam sido dois chefes de bandos de salteadores acampados nas colinas do Lácio que uniram-se num grupo fundando assim a pequena aldeia de Roma, que só muito mais tarde após o rapto de mulheres do povo sabino e da indústria da escravidão se tornaria num império). A ideologia do rei-pastor, ou o pastor que se tornou rei, está presente na tradição de várias culturas para além da grega e da romana. A metáfora do rei- pastor de Homero era frequentemente usada para dar ênfase às funções e deveres de um rei. Havia quem pensasse que Viriato tinha uma origem obscura (ou divina) no entanto Diodoro da Sicília também diz que Viriato "demonstrou ser um príncipe".
A tradução latinizada (não perfeita) do nome Viriato foi Viriatus e a grega (mais aproximada) foi Ouriathou. Muitos autores homenageavam Viriato com os títulos de Benfeitor, (Grego: evergetes), e Salvador, (Grego: soter), os mesmos títulos honoríficos usados pelos reis da dinastia ptolemaica Helénica. Ele foi descrito como um homem sábio e de elevado sentido de justiça para com os companheiros e com os adversários, que seguia os princípios da honestidade e trato justo e foi reconhecido por ser exacto e fiel à sua palavra nos tratados e alianças que fez. Diodoro disse que a opinião geral era de que ele tinha sido o mais amado de todos os líderes lusitanos. HENRIQUE